segunda-feira, 31 de março de 2014

Capítulo 11


                             "Quanto mais a pergunta te atormenta, mais improvável a resposta é!"

No dia seguinte todos nos reunimos em uma sala secreta, abaixo do térreo do prédio pra planejar melhor o que faríamos a seguir. Já tínhamos um plano, mas era óbvio que precisávamos correr atrás do prejuízo, ou seja, eu. Eles estavam tentando, de todas as maneiras me fazer lembrar de ao menos parte do meu passado pra que eu pudesse lidar com futuros acontecimentos de maneira mais natural, e não assustado, de modo que eu pudesse tomar as decisões que seriam necessárias daqui pra frente. Eu só não entendia o porquê.
- Eles já começaram! - Lyam disse e ligou a televisão no canto da sala. O jornal local passava naquele momento, transmitindo uma matéria sobre um atentado sobre vilas vizinhas e outras cidades pequenas, as vítimas juravam que eram alienígenas os culpados, mas isso não convenceu muito os repórteres até o ato ser registrado pelo câmera-man. Pessoas corriam desesperadas para todos os lados, chorando e clamando por socorro, até crianças sozinhas no meio da multidão, abandonadas por seus pais. A polícia chegou rapidamente ao local e começou a atirar nos invasores, mas as balas.. Não surtiam efeito neles, como se sua pele consistisse do mesmo material que um vidro blindado, ou seja, nenhum avanço alcançado.

Mary, do meu lado, pôs as mãos na boca e gemeu, com certeza pensando em como as pessoas de Smallville estavam vulneráveis. Fechei os olhos, sentindo a dor, não só dela, mas de todos. A vontade de chorar e largar tudo era imensa, eu queria ajudar, queria que tudo acabasse bem e o mais rápido possível, mas eu não conseguia me lembrar nem do meu verdadeiro nome, que dirá algo mais. Como eles poderiam inverter a situação. Além do mais...
- Eu não entendo. - falei - Sei que há algo em mim que pode mudar tudo isso, sei que, por algum motivo, esses  belovianos me querem morto e não é só por eu ser o último não corrompido. Mas o que eu poderia fazer além de me lembrar?

Damara suspirou, do outro lado da sala, mantendo a distância adequada. Isso já estava ficando exaustivo. Ela levantou da cadeira e caminhou lentamente até mim, me encarando seriamente, provavelmente determinada a tentar algo novo. Franzi o cenho.
- Damara, não. - falei, já sentindo um pouco de náusea e dor de barriga pela proximidade.
- Tá tudo bem, você vai ficar bem! - ela pôs as mãos na minha cabeça, como se fosse entrar em minha mente, e talvez o fizesse, a essa altura eu não duvidava de nada.

Imagens começaram a entrar em meu campo de visão, aleatoriamente, sem sentido de cara. Mas aos poucos eu fui entendendo.
Era um homem, suas vestes eram como túnicas com mais detalhes. Ele sorria para uma mulher que sorria de volta, segurando um bebê em seus braços. Um gemido ficou estrangulado em minha garganta quando uma lágrima tentou sair e eu percebi que era eu ali.
Eu tinha um filho.
Eu tinha um filho que podia ter morrido.
Eu tinha um filho que podia ter morrido e não me lembrava dele.

Arranquei as mãos de Damara de minha cabeça, caindo no chão, assustado ao ponto de arregalar os olhos em pleno pavor. Mary se ajoelhou ao meu lado, tentando me ajudar a levantar.
- Você tá bem? - ela perguntou.
- To... - então eu observei seu rosto. Tão parecido com a mulher das duas visões que era difícil não cogitar que ela poderia ser minha esposa em Belovian, mas isso era impossível já que Mary é uma humana... Certo?

Olhei para Damara novamente, ainda ofegante e vi que ela fazia muito esforço para não cair em prantos ali mesmo. Me aproximei dela, engolindo em seco e perguntei:
- Como você fez isso?

Ela pareceu estar prestes a ceder ao instinto e me contar a verdade, ao menos dessa vez.
- Conte. - Lyam incentivou.

Mas então nós escutamos uma explosão no andar de cima. Todos corremos imediatamente para ver o que acontecia. Chegamos à recepção e tudo estava destruído, fogo para todos os lados, pedaços de móveis, pessoas correndo. Uma mulher, talvez a recepcionista, se escondia atrás do balcão, tremendo e chorando, abraçando as próprias pernas.
Não demorou muito para que os culpados pelo estrago aparecessem. Eram os mesmos que vimos invadir a casa de Mary no dia do aniversário da cidade.
- O que fazem aqui? - Lyam protestou - Isso é propriedade privada e não está nos direitos nem domínio de Belovian. Vão embora!
- Sentimos muito. - um deles respondeu - Vamos resolver esses pequenos detalhes agora mesmo. - sorriu e avançou contra Damara que, incrivelmente, conseguia se defender de todos os golpes, mais rápido do que eu conseguia acompanhar. O outro investiu golpes contra Lyam, que infelizmente não era tão ágil e acabou sendo neutralizado. Já eu apenas me preocupei em garantir a segurança de Mary, retirando-a imediatamente dali.

Estávamos quase conseguindo quando eu senti uma esfaqueada na barriga, pus a mão na mesma e percebi que estava sangrando. Mary me olhou, apavorada, sem saber o que fazer enquanto eu caía fraco no chão. Me arrastei de volta ao campo de batalha para constatar que não era o que eu pensava, mas estava enganado.
Damara havia sido atingida pelo beloviano. E por isso eu também estava ferido, como se estivéssemos ligados. Novamente as imagens entraram em minha visão. Eu vi a minha esposa dando um colar ao nosso bebê, um colar com o nome de Damara.
Arregalei os olhos, sentindo o coração apertado.
E antes que eu pudesse evitar, o alienígena a levou para longe logo depois que ela olhou pra mim e disse sem emitir som algum: Pai.



Valeu à pena esperar? Muito obrigada pela paciência, amores, eu sinto muito ter demorado tanto! ://
Bom, é isso! :)
Beijos
Respostas :)

3 comentários:

  1. que perfeito *0*
    lindaa,to amando tudo
    posta loogoo
    beijos

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    Respostas
    1. own, obrigada minha linda! <3
      Postado!kkkk
      Sim, ela é a filha! kkkk
      beijos :))

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 renata massa